O sul da Bahia é um paraíso na terra, sempre ouvimos isso de outros viajantes e durante essa viagem a gente pode confirmar tal afirmação, mas com a surpresa de termos aproveitado e gostado mais dos lugares menos óbvios desse paraíso no nosso litoral.
A gente tinha acabado de sair de Caravelas, ainda hipnotizados pelo show que as baleiras Jubarte tinha nos proporcionado em Abrolhos.
Foram 276km por estradas estaduais bem esburacadas e por uma interminável BR-101, e chegamos a Trancoso no início da tarde e fomos direto a um camping que descobrimos pelo iOverlander, o camping Mandacaru.
O Maps apontou o local errado e ficamos um tempinho perguntando aos moradores até achar o local exato.
O camping é muito bom e recomendamos, pagamos R$40 por pessoa, o local é limpo, organizado, Pet Friendly e pelo menos em nossa estadia tinha viajantes muito simpáticos.
Lá conhecemos uma família de Bragança Paulista que resolveu largar tudo para viajar numa Kombi com sete cachorros, e duas crianças.
Era uma família com mãe, filha, filho, netos e sete aumigos que vendeu tudo entrou numa Kombi e decidiu viver. Confesso que até mesmo para nós que gostamos da estrada e de nos livrar das amarras da sociedade e viver livre isso pareceu um pouco extremo aos primeiros olhos, são muitos seres convivendo num pequeno espaço, mas conhecemos a família das quais confesso que não me recordo o nome vide que estou escrevendo esse texto quase um ano após o acontecido, e sem julgamentos fizemos amizade e admiramos a história diante dos nossos olhos.
Carlinha com seu espírito de fotógrafa que faz parte dela mesmo quando não está trabalhando logo se ofereceu para fazer uma sessão de fotos e registrar uma história única que só tivemos o privilégio de conhecer por termos saído da nossa zona de conforto.
Como ainda nos sobrava bastante luz do dia, nós decidimos conhecer Trancoso, tanto a cidade quanto as praias. A nossa primeira impressão não foi das melhores, a cidade é apertada, lotada, empoeirada, um clima de cidade ainda em desenvolvimento, com estrutura precária para receber a quantidade de pessoas que recebe.
A gente ouve falar bastante de Trancoso, como refúgio de celebridades no final do ano, paraíso e etc, isso faz com que a cidade tenha uma grande quantidade de marcas de luxo e grife convivendo lado a lado com os pequenos lojistas e ambulantes, um contraste absurdo. A cidade também ficou mega turística e cara por conta disso, foi o único lugar no Sul da Bahia que pagamos estacionamento e foi caro, 30 reais por algumas horas.
O Quadrado de Trancoso, bem no Centrinho é digamos assim a única parte da Cidade que faz jus a fama, apesar de não gostarmos muito de locais muito turísticos e lotados, o Quadrado de Trancoso preservou uma vibe de cidade do interior com o charme e sofisticação que as grifes trouxeram para o local, a Igreja São João Batista ou Igrejinha do Quadrado com o oceano de fundo criar uma atmosfera linda de final de tarde nesse lugar, as crianças jogando bola, os artistas de rua, as fitinhas do senhor do Bonfim e as decorações dos restaurantes e lojas são um ambiente com uma atmosfera linda e pacífica.
No dia seguinte acordamos cedo para fazer um tour entre as praias de Trancoso e fomos as praias do Coqueiro e dos Nativos, que são basicamente a mesma praia com um rio fazendo a fronteira aonde termina uma e começa outra.
A maré estava baixa e vimos muitas pedras ao longo da Costa que apesar de bonita, não estava com a água tão azul, porém o mar do nordeste nunca desaponta, água quentinha e poucas ondas, em uma praia tranquila deram um tom de um dia maravilhoso.
A noite foi aquele rolêzinho pelo centrinho, feira de artesanato e a escolha entre comer um podrão na pracinha ou se dar o luxo de ir em um restaurante mais arrumadinho, optamos pela segunda opção, pois o Quadrado de Trancoso tem realmente uma vibe contagiante.
No dia seguinte nos despedimos dos amigos que fizemos no Camping e da cidade mais cara do rolê de carro pelo Nordeste até então e o sentimento é que foi legal conhecer, é realmente bonito, mas é superestimada, cara e turística demais para o nosso gosto.
