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A vibe única de morro de São Paulo

Morro de São Paulo foi uma das nossas escolhas mais difíceis. Quando se viaja de carro com a pretensão de fazer 30 destinos em dois meses, é preciso fazer alguns sacrifícios e, nesse caso, foi escolher entre Caraíva, Boipeba ou Morro de São Paulo. Os três destinos possuem uma logística complicada: são ilhas e a gente precisava deixar o carro em um estacionamento por dias, o que iria gerar custos, sem contar no tempo. Julgamos que eram três destinos bem parecidos e então, depois de muito ponderar, decidimos por Morro de São Paulo.

 

Saímos de Porto Seguro pela manhã, com direção a Valença, em uma viagem de quase 8 horas e 700 km, o que para nós a essa altura do caminho já não era tão distante, entre jogos de estrada, playlists de indie e rock eu e Carlinha nos sentimos completos em uma estradinha qualquer no meio do nada. 

 

Passamos a noite em Valença e acordamos cedinho para deixar o carro no estacionamento perto do porto, onde iríamos pegar a lancha para Morro de São Paulo.

 

Existem duas opções: ir de catamarã, que é mais barato, lotado e lento, ou ir de lancha, que é mais rápido, porém mais caro. De lancha, o valor da passagem é de R$45 por pessoa e por trecho, e o tempo de viagem é de 40 minutos. Essa foi a nossa escolha. Ainda pagamos uma taxa ambiental de R$50 por pessoa assim que entramos na ilha.

 

Quando finalmente colocamos os pés na ilha e demos uma olhada no local, vimos uma quantidade interminável de ladeiras. Pensei: Porra! Por isso Morro de São Paulo, quer dizer, por que não Morro da Bahia? Mas deu para entender. Rs!

Aí você pensa: Como diabos vou carregar essas malas todas? E o brasileiro, sagaz como a vida exige, criou um serviço de carregadores de mala com carrinhos de mão. Algo que ficou tão marcado na cultura de lá que trouxemos até um imã de geladeira com essa cena.

Lancha para Morro de São Paulo - Foto @equiperocketpleomundo

A ilha tem cinco praias turísticas que, com toda criatividade do mundo, decidiram nomear como Praia 1, 2, 3, 4 e 5. Aff!

 

A gente estava hospedado em um hostel em uma das ruas internas da Praia 3, um lugar escondidinho e maravilhoso, uma das nossas melhores hospedagens durante a viagem. Infelizmente não lembro o nome de cabeça, mas tenho no meu Booking caso alguém queira a recomendação.

 

Bom, estávamos lá e viemos de longe, então era hora de curtir! A Praia 1 é quase no centro e pouco usada. As praias 2 e 3 são mais badaladas, com bares, restaurantes, showzinhos e a maior parte da população turística da ilha. As praias 4 e 5 são mais desertas e reservadas; por lá existem resorts e casas particulares, e provavelmente é para onde as celebridades vão.

A gente chegou e pensou: “Onde vamos comer?” Afinal, comer na praia é sempre mais caro e evitamos, mas não tinha para onde fugir. Estávamos numa ilha. Escaneamos, olhamos os cardápios até finalmente encontrar um frango grelhado que não nos custasse um rim. Brincadeiras à parte, até que há bastante opções em conta para uma ilha. Trancoso era ridiculamente mais caro, por exemplo.

Outro fenômeno muito legal de Morro de São Paulo é a maré, que ora traz as ondas até praticamente sumir toda a faixa de areia entre as Praias 3 e 4, ora está tão recuada que formam piscinas naturais. Numa dessas horas de maré baixa, nos deparamos com uma piscina natural de graça diante dos nossos olhos, algo que tínhamos pago R$150 por pessoa dias atrás em Porto Seguro e nos decepcionamos pela quantidade de gente e pouca visibilidade. Olhei para a Carlinha e disse: “Vou agora voltar ao quarto para pegar nossos óculos e a GoPro”.

 

Nota para quem vai visitar essas piscinas naturais: não alimentem os peixes com pão apenas para conseguir suas fotos instagramáveis. Ou leve comida de peixe ou não leve nada.

Piscinas Naturais de Morro de São Paulo - Foto: @equiperocketpelomundo

A gente passou o resto da estadia rodando pelas praias, bebendo cerveja e nos alimentando no Bob ‘s. Mais um lugar que deixou a sensação de que deveríamos ter ficado mais dias por lá. Estava chegando ao fim a nossa viagem pelo sul da Bahia e o veredito era um só: “A gente viajaria por um ano por cada cantinho daquela região”, mas a nossa viagem tinha que prosseguir e, de surpresa, acabamos de adicionar um novo destino em nossa viagem, mas isso fica para a próxima postagem.

 

Só adicionando uma nota: como uma viagem dessas não é completa sem perrengue, deixamos o nosso notebook cair e, apesar de estar numa mochila cheia de roupas, a tela dele quebrou. Eu só conseguia pensar: “Ferrou, como vamos trabalhar? Ainda temos 50 dias de viagem, não tem como ficar esse tempo todo sem trabalhar”. Mas o desfecho dessa história fica para a próxima postagem também.

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